Sem musa que me inspire,
Canto como um pedreiro
Que, de forma singela,
Embala a sua pedra pela serra fora...
Upa! que lá vai ela!Upa! que vai agora!
A pedra penitente que eu arrasto
Tem o tamanho de uma vida humana.
E só nesta toada a movimento,
Embora o salmo já me saia rouco.
Upa! meu sofrimento!Upa! que falta pouco...
Miguel Torga (30 de Julho de 1968), Antologia Poética
quinta-feira, 8 de março de 2007
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